segunda-feira, 18 de junho de 2012

Conheça o campeão brasileiro de Downhill

Praticante de uma das modalidades do ciclismo,  Frederico Hanke é o atual Campeão Brasileiro da sua categoria

Dando sequência à série Talentos PROCERGS, apresentamos uma matéria sobre o colega Frederico Hanke, praticante de Downhill e detentor de vários títulos em nível regional, nacional e sulamericano na modalidade. Confira!  

O Downhill é um esporte contra o relógio, vencendo aquele que realiza o trajeto em menor tempo. Nesta modalidade de Mountain Bike, os esportistas descem com suas bicicletas, um por um, em intervalos de um minuto, determinado percurso.

O atleta tem de estar concentrado e pensar no seu caminho parte por parte. Cada metro da descida deve ser estudado, para que se cumpra a prova sem percalços. O Downhill é um esporte de precisão.

No topo do pódio do Campeonato Brasileiro de 2011A distância de uma prova e o tempo a completá-la é variável. Geralmente, uma pista mede um quilômetro e meio, percorridos em quase dois minutos. Mas não é uma regra (no Canadá existe uma prova, chamada Garbanzo, que tem 8km de distância). Além da distância a ser percorrida, outros fatores são determinantes para o tempo do percurso, como os obstáculos e o clima – se está chovendo ou se está seco.

Durante a corrida, o atleta tem de dar tudo de si o tempo todo, com a maior velocidade que conseguir, sem perder a precisão e o cálculo do percurso. E deve ter em mente que se ele não der os 100%, algum competidor irá dar, porque o Downhill também é um esporte de explosão.

FDescendo a trilha de Ouro Preto, Minas Geraisrederico Hanke, 37 anos, é administrador de rede da PROCERGS, trabalha na Divisão de Produção (DPR) e pratica esta modalidade de ciclismo há 12 anos. Na categoria Master A2 (de 35 a 39 anos), ele é o atual Campeão Brasileiro (2011), tricampeão Gaúcho, medalhista de bronze no Panamericano da Argentina (2007) e terminou três anos na primeira colocação do ranking brasileiro do esporte.

Hoje, ele pedala numa Specialized Demo II, uma bicicleta específica para esta prática que possui os componentes extremamente fortes e preparados para os impactos. Ela tem suspensão hidráulica, tanto traseira, quanto dianteira. Os freios são a disco e funciona por fluido (acionamento hidráulico), e não por tensão de cabos, como as de passeio. No entanto, foi com uma bicicleta feita artesanalmente na garagem de um amigo, que Hanke começou a descer as pistas feitas para a modalidade.

Hanke já disputou provas pelo Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo – onde desceu as escadarias de Santos – Argentina e Canadá.

As provas acontecem durante um final de semana inteiro. No sábado, os competidores correm pelo Qualifying – prova de classificação cronometrada, que irá definir a ordem de largada na prova oficial, disputada no domingo. Hanke conta que os esportistas do Rio Grande do Sul costumam treinar nos mesmos lugares onde ocorrem as competições, mas que não basta praticar semanas antes para reconhecer a pista, porque ela se altera por diversos fatores.

“Não adianta treinar dois ou três finais de semana antes, porque no dia da prova, a condição de pista pode ser bem diferente. O que se pode fazer é andar por diversão, mas no dia da prova é que se faz realmente o reconhecimento”, afirma Frederico Hanke.
   
Inclinado de Pinto BandeiraPor isso, os desportistas chegam na trilha por volta das 8h, colocam os equipamentos em um automóvel que irá levar as bicicletas até o topo da descida, vestem o equipamento de proteção (capacete, luvas, joelheira, cotoveleiras e colete) e treinam o quanto for preciso. “O reconhecimento não é cronometrado, e tu desce uma, duas, ou cinco vezes, o que achar necessário. Mas tem que dosar a energia para a hora da prova”, adverte.

A rotina de sábado, no Qualifying se repete no domingo. Entre um dia e outro, os atletas se hospedam em um hotel, na casa de conhecidos, ou até mesmo se recorre a um acampamento.

No Brasil, o Downhill é um esporte amador e as premiações são restritas à categoria elite. Apesar de ser um esporte caro, uma bicicleta especifica custa em torno de 20 mil reais, os patrocínios são muito escassos.
   
“É um esporte bem amador. Ninguém ganha dinheiro com isso, a não ser da categoria de elite e ainda assim são poucos os que ganham”, conta.



Rafael Fernandes
Coordenação de Comunicação

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