Doação de resíduos de papel alia ação ambiental e social

Dando continuidade à série Socioambiental em Foco, apresentamos a primeira matéria sobre o Programa Ambiental da Companhia


Associação dos Trabalhadores da Unidade de Triagem do Hospital São Pedro (ATUT), entidade sem fins lucrativos, que reverte o material em renda para os beneficiados.


Em média, 1,5 tonelada de papel é enviada para instituição por mês. Integrante do projeto de Coleta Seletiva da Prefeitura de Porto Alegre, a ATUT possui 50 associados – como são chamados os trabalhadores das unidades de triagem – que, com a contribuição da Empresa e de mais 70 outras parceiras, garante a renda mensal de aproximadamente 500 reais para cada um deles, com a venda do papel para a reciclagem.

Segundo Flavia Costa, funcionária da PROCERGS e coordenadora das ações ambientais do RSA, a parceria com a ATUT permite à Companhia cumprir com o seu dever ambiental, ao garantir que os resíduos possam ser reaproveitados, aliado com a responsabilidade social, desenvolvida pela Associação.

“Por recolher o papel e destinar para a triagem e posterior reciclagem, a PROCERGS está cumprindo sua função ambiental. No entanto, a renda que é revertida para as associações ajuda no desenvolvimento social dessas pessoas. Então, é uma ação ambiental, que tem uma resposta social”, explica.

A ATUT foi fundada em 2002, com um grupo que realizava a separação de resíduos sólidos como oficina terapêutica. O psicólogo Alexandre Baptista coordena a unidade de triagem, que realiza o trabalho com moradores ou pacientes do Hospital São Pedro. Alexandre afirma que o projeto, além da remuneração, desempenha uma função terapêutica.

“O trabalho é uma ferramenta fundamental para o paciente se reabilitar. Faz com que ele sinta-se útil, melhora a questão da autoestima. O próprio vínculo dessa pessoa com o ambiente de trabalho e com os colegas gera essa interação, que é um processo importante”, afirma Baptista.

Sandro Magalhães Azambuja, 42 anos, trabalha na unidade de triagem localizada no Hospital São Pedro, desde 2005. Sandro já esteve em dois outros empregos, mas não passou do período de testes, por possuir dificuldades de socialização. Ele encontrou no projeto da ATUT a oportunidade para trabalhar, gerar renda e realizar uma atividade regular.

“Trabalhar aqui mudou a minha vida. Antes eu ficava em casa, agora eu tenho uma renda, que pode não ser grande, mas para quem é solteiro está bom. Eu compro o que preciso, posso viajar e fazer outras coisas”, conta. Ele ainda fala sobre a interação com os colegas de ATUT. “Aqui eu tive uma aceitação melhor do pessoal. Formamos amizades”, completa.


Rafael Fernandes

Coordenação de Comunicação