Conheça os praticantes desta vertente do Mountain Bike e os desafios que eles enfrentam
Dando sequência à série Talentos PROCERGS, apresentamos uma matéria sobre uma das modalidade do ciclismo, o Cross-country, e que conta com adeptos aqui na Companhia. Confira!
Pedalar muito. Subir e descer morros, percorrer longas distâncias na terra, na lama, no chão batido, nada de asfalto. Tocar a bicicleta em cima de pedras, cascalho, areia, barro, água é o esporte praticado pelos colegas de PROCERGS Fernando Patzlaff, 34 anos, Daniel Masina, 31, e Márcio Barth, 36.
A modalidade é chamada Cross-country, uma vertente do Mountain Bike, em que os atletas percorrer de 30 a 40 quilômetros, em um teste de resistência. O percurso é feito em trilhas, sempre fora da cidade. Por isso, as bicicletas usadas possuem o quadro reforçado, freios e suspensões especializadas para enfrentar os obstáculos.
O objetivo de Patz, Barth e Masina, no entanto, não é vencer uma prova, chegar à frente de um adversário, nem é contra o relógio que eles estão correndo. Aos sábados, eles saem em grupos de até 15 ciclistas e exercitam não apenas o corpo, mas um espírito colaborativo e trabalho em equipe. O mais importante é que todo mundo complete o caminho.
“O mais importante é essa questão do grupo. Imprevistos acontecem, e se quebra uma bicicleta um ajuda o outro e até mesmo empurra para frente se for necessário. Por isso é um pouco arriscado ir em dupla. É importante o trabalho em equipe, o coletivo”, afirma Patzlaff.
“É tudo em parceria, tu compete contra ti mesmo. O pessoal dá dicas, ajuda a trocar um pneu. É mais para integração e fazer o esporte juntos, conversando, pedalando e se ajudando”, completa Masina.
Para fazer as trilhas, o grupo de ciclistas sai de Porto Alegre. Os locais escolhidos ficam no interior da Região Metropolitana, como Glorinha, Osório, Gravataí, Taquara, Mariana Pimentel, Barra do Ribeiro. Em Porto Alegre, os atletas costumam andar apenas para aquecer.
No final de semana, o grupo vai de carro para o local onde será feita a trilha, levando reboque com as bicicletas e os equipamentos, como GPS, bomba para encher pneu, assim como câmaras de borracha extra para alguma eventualidade. Água, kit de remendo, ferramentas e barras de cereais também fazem parte do material.
O tempo de pedalada varia conforme a distância, os obstáculos e a altimetria, isto é, se o local possui muitas subidas e descidas. Como dura entre três e seis horas, o pessoal para pra lanchar, almoçar, descansar. E também é possível conhecer os lugares por onde se passa. “Teve pedal que eu fiz que deu até pra tomar um banho de cascata”, conta Patzlaff.
Marcio Barth, gerente de projetos da PROCERGS, diz que um dos principais motivadores para pedalar é o desafio, além da parceria e estar em meio a natureza. Mas ele lembra que para praticar esse esporte é preciso preparo para ter a resistência necessária para completar o percurso.
“No meio disso tudo, tu sente dor, tem uma certa dose de sofrimento e sacrifício. Te faz esquecer o que está acontecendo ao redor e focar na tua atividade. Tu te concentra. O corpo está esgotado, mas a cabeça está livre”, expõe Barth.
Ele ainda compara algumas situações no cotidiano da PROCERGS e afirma que o esporte é um complemento para o desenvolvimento pessoal e profissional.
“Aqui a gente estressa a cabeça e lá a gente gasta o corpo. Muitas vezes eu começava a pensar em algumas situações que eu vivia dentro do projeto que estava gerenciando. E te faz ter outras relações, outras pessoas, outros assuntos”, complementa.
O analista de suporte, Daniel Masina ressalta que um dos motivos que o mantém em uma pedalada, apesar da dor e do esgotamento físico é a superação. Ele diz que algumas vezes se pensa em desistir, ou que não vai conseguir, mas quando se aproxima do final nota que todo o esforço vale a pena e passa a ter vontade de repetir e fazer tudo novamente.
“Às vezes se está muito cansado e esgotado, mas já passou da metade do percurso. Então, não tem como dar meia volta e desistir. Não! Chegar até o final é o caminho mais curto que se tem no momento”, afirma Masina.
Masina também reforça a importância de se completar uma prova em grupo, e enaltece a sinergia gerada pela cooperação da equipe.“Não tem a mesma graça, não faz sentido no nosso grupo alguém chegar sozinho, ou chega todo mundo, ou não chega.”
Também analista de suporte, Fernando Patzlaff conta que, na hora da chegada, o sentimento predominante é o de satisfação. “É importante saber que está fazendo algo bom pra ti. Para mim é como se fosse uma terapia”, conta.
Rafael Fernandes
Coordenação de comunicação